PERCEPÇÃO DOS ESPÍRITOS
Uma vez de volta ao mundo dos Espíritos, conserva a alma as percepções que tinha na Terra, além de outras de que aí não dispunha, porque o corpo, qual véu sobre elas lançado, as obscurecia.
Os Espíritos, quanto mais se aproximam da perfeição, tanto mais sabem. Se são Espíritos superiores, sabem muito. Os Espíritos inferiores são mais ou menos ignorantes acerca de tudo.
Para os Espíritos conhecerem o futuro, depende da elevação que tenham conquistado. Muitas vezes, apenas o entrevêem, porém nem sempre lhes é permitido revelá-lo. Quando o vêem, parece-lhes presente. À medida que se aproxima de Deus, com mais clareza o Espírito descortina o futuro. Depois da morte, a alma vê e apreende num golpe de vista as suas passadas migrações, mas não pode ver o que Deus lhe reserva. Para que tal aconteça, é preciso que, ao cabo de múltiplas existências, se haja integrado nele. Nem os Espíritos que alcançaram a perfeição absoluta têm conhecimento completo do futuro, só Deus é soberano Senhor e ninguém o pode igualar.
Conforme a elevação do Espírito e a pureza que tenha atingido, conhece o princípio das coisas. Os Espíritos de ordem inferior não sabem mais do que os homens.
Como o Espírito se transporta para onde quer, com a rapidez do pensamento, pode-se dizer que vê em toda parte ao mesmo tempo. O seu pensamento é susceptível de irradiar, dirigindo-se quase em simultâneo para muitos pontos diferentes, mas esta faculdade depende da sua pureza. Quanto menos puro é o Espírito, tanto mais limitada é a sua visão. Só os Espíritos superiores vêm com clareza.
Os Espíritos não compreendem a duração do tempo como nós. Daí vem que nem sempre são compreendidos, quando se trata de determinar datas ou épocas. Os Espíritos vivem fora do tempo como o compreendemos. A duração, para eles, deixa, por assim dizer, de existir. Os séculos, para nós tão longos, não passam, aos olhos deles, de instantes que se movem na eternidade.
Do mesmo modo que aquele, que vê bem, faz uma mais exacta ideia das coisas do que o cego. Os Espíritos vêem o que não vedes. Tudo apreciam, pois, diversamente do modo por que o fazeis. Mas, também isso depende da elevação deles.
O passado, quando com ele o Espírito se ocupa, é presente. Verifica-se então, inteligência dos Espíritos, lembrando-se mesmo daquilo que se te apagou da memória. Mas nem tudo os Espíritos sabem, a começar pela própria criação.
Só os Espíritos superiores o vêem e compreendem a Deus. Os inferiores o sentem e um Espírito inferior não vê Deus, mas sente a Sua soberania e, quando não deva ser feita alguma coisa ou dita uma palavra, percebe, como por intuição, a proibição de o fazer ou dizer.
O Espírito não tem circunscrita a visão como os seres corpóreos, ela reside em todo ele.
Os Espíritos não precisam da luz para ver. Vêem por si mesmos, sem precisarem de luz exterior. Para os Espíritos, não há trevas, salvo as em que podem achar-se por expiação.
Os Espíritos são sensíveis à música. A música terrena não se compara à música celeste. A esta harmonia nada na Terra pode dar ideia. Uma está para a outra como o canto do selvagem para uma doce melodia. Não obstante, os Espíritos vulgares podem experimentar certo prazer em ouvir a música terrestre, por lhes não ser dado ainda compreenderem outra mais sublime. A música possui infinitos encantos para os Espíritos, devido ao facto de terem muito desenvolvidas as suas qualidades sensitivas. Refiro-me à música celeste, que é tudo o que de mais belo e delicado pode a imaginação espiritual conceber.
Saudações Reikianas.
NAMASTÉ