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Dois sistemas se defrontam: o dos ascetas, que tem por base o aniquilamento do corpo, e o dos materialistas, que se baseia no rebaixamento da alma. Duas violências quase tão insensatas uma quanto a outra. Ao lado desses dois grandes partidos, formiga a numerosa tribo dos indiferentes que, sem convicção e sem paixão, são mornos no amar e económicos no gozar. Onde, então, a sabedoria? Onde, então, a ciência de viver? Em parte alguma; e o grande problema ficaria sem solução, se o Espiritismo não viesse em auxílio dos pesquisadores, demonstrando-lhes as relações que existem entre o corpo e a alma e dizendo-lhes que, por serem necessários uma ao outro, importa cuidar de ambos. Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. Desatender às necessidades que a própria Natureza indica, é desatender a lei de Deus. Não castigueis o corpo pelas faltas que o vosso livre arbítrio o induziu a cometer e pelas quais é ele tão responsável quanto o cavalo, mal dirigido, pelos acidentes que causa.
Sereis, porventura, mais perfeitos se, martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, nem menos orgulhosos e mais caritativos para com o vosso próximo? Não, a perfeição não está nisso, está toda nas formas por que fizerdes passar o vosso Espírito. Dobrai-o, submetei-o, humilhai-o, mortificai-o: esse o meio de o tornardes dócil à vontade de Deus e o único de alcançardes a perfeição. Do item 11, do Cap. XVII, de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".
O instinto sexual, exprimindo amor em expansão incessante, nasce nas profundezas da vida, orientando os processos da evolução. Toda criatura consciente traz consigo, devidamente estratificada, a herança incomensurável das experiências sexuais, vividas nos reinos inferiores da Natureza. De existência a existência, de lição em lição e de passo em passo, por séculos de séculos, na esfera animal, a individualidade, erguida à razão, surpreende em si mesma todo um mundo de impulsos genésicos por educar e ajustar às leis superiores que governam a vida. A princípio, exposto aos lances adversos das aventuras poligâmicas, o homem avança, de ensinamento a ensinamento, para a sua própria instalação na monogamia, reconhecendo a necessidade de segurança e equilíbrio, em matéria de amor; no entanto, ainda aí, é impelido naturalmente a carregar o fardo dos estímulos sexuais, muita vez destrambelhado, que lhe enxameiam no sentimento, reclamando educação e sublimação. Depreende-se disso que toda criatura na Terra transporta em si mesma determinada taxa de carga erótica, de que, em verdade, não se libertará unicamente ao preço de palavras e votos brilhantes, mas à custa de experiência e trabalho, de vez que instintos e paixões são energias e estados inerentes à alma de cada um, que as leis da Criação não destroem e sim auxiliam cada pessoa a transformar e elevar, no rumo da perfeição. Fácil entender, portanto, que do erotismo, como factor de magnetismo sexual humano, na romagem terrestre, seja em se tratando de Espíritos encarnados ou desencarnados na Comunidade Planetária, não partilham tão somente as inteligências que já se angelizaram, em minoria absoluta no Plano Físico, e aqueles irmãos da Humanidade provisoriamente internados nas celas da idiotia, por força de lides expiatórias abraçadas ou requisitadas por eles próprios, antes do berço terreno. Os Espíritos sublimados se atraem uns aos outros por laços de amor considerado divino, por enquanto inabordáveis a nós outros, seres em laboriosa escalada evolutiva e que compartilhamos das tendências e aspirações, dificuldades e provas do género humano. E os companheiros temporariamente bloqueados por cérebros deficientes e obtusos atravessam períodos mais ou menos longos de silêncio emocionados, destinados a reparações e reajustes, quase sempre solicitados por eles mesmos - repetimos -, já que se sentenciam a entraves e inibições, no campo de exteriorização da mente, através dos quais refazem atitudes e reacondicionam impulsos afectivos em preciosas tomadas e retomadas de consciência. À vista do exposto, é fácil reconhecer que toda criatura humana, sempre nascida ou renascida sob o patrocínio do sexo, acarreta consigo determinada carga de impulsos eróticos, que a própria criatura aprende, gradativamente, a orientar para o bem e a valorizar para a vida. Diante do sexo, não nos achamos, de nenhum modo, à frente de um despenhadeiro para as trevas, mas perante a fonte viva das energias em que a Sabedoria do Universo situou o laboratório das formas físicas e a sensação dos estímulos espirituais mais intensos para a execução das tarefas que esposamos, em regime de colaboração mútua, visando ao rendimento do progresso e do aperfeiçoamento entre os homens. Cada homem e cada mulher que ainda não se angelizou ou que não se encontre em processo de bloqueio das possibilidades criativas, no corpo ou na alma, traz, evidentemente, maior ou menor percentagem de anseios sexuais, a se expressarem por sede de apoio afectivo, e é claramente, nas lavras da experiência, errando e acertando e tornando a errar para acertar com mais segurança, que cada um de nós - os filhos de Deus em evolução na Terra - conseguirá sublimar os sentimentos que nos são próprios, de modo a erguer-nos em definitivo para a conquista da felicidade celeste e do Amor Universal.
Pergunta - O celibato voluntário representa um estado de perfeição meritório aos olhos de Deus?
Resposta - Não, e os que assim vivem, por egoísmo, desagradam a Deus e enganam o mundo.
Pergunta - Da parte de certas pessoas, o celibato não será um sacrifício que fazem com o fim de se votarem, de modo mais completo, ao serviço da Humanidade?
Resposta - O caso é muito diferente. Eu disse: por egoísmo. Todo sacrifício pessoal é meritório, quando feito para o bem. Quanto maior o sacrifício, tanto maior o mérito. Itens nºs 698 e 699, de "O Livro dos Espíritos".
Abstinência, em matéria de sexo e celibato, na vida de relação pressupõe experiências da criatura em duas faixas essenciais – a daqueles Espíritos que escolhem semelhantes posições voluntariamente para burilamento ou serviço, no curso de determinada reencarnação, daqueles outros que se vêem forçados a adoptá-las, por força de inibições diversas. Indubitavelmente, os que consigam abster-se da comunhão afectiva, embora possuindo em ordem todos os recursos instrumentais para se aterem ao conforto de uma existência a mais, com o fim de se fazerem mais úteis ao próximo, decerto que traçam a si mesmos escaladas mais rápidas aos cimos do aperfeiçoamento. Agindo assim, por amor, doando o corpo a serviço dos semelhantes, e, por esse modo, amparando os irmãos da Humanidade, através de variadas maneiras, convertem a existência, sem ligações sexuais, em caminho de acesso à sublimação, ambientando-se em climas diferentes de criatividade, porquanto a energia sexual neles não estancou o próprio fluxo; essa energia simplesmente se canaliza para outros objectivos - os de natureza espiritual. E, em concomitância com os que elegem conscientemente esse tipo de experiência, impondo-se duros regimes de vivência pessoal, encontramos aqueles outros, os que já renasceram no corpo físico induzidos ou obrigados à abstinência sexual, atendendo a inibições irreversíveis ou a processos de inversão pelos quais sanam erros do pretérito ou se recolhem a pesadas disciplinas que lhes facilitem a desincumbência de compromissos determinados, em assuntos do espírito. Num e noutro caso, identificamos aqueles que se fazem chamar, segundo os ensinamentos evangélicos, como sendo "eunucos" por amor do Reino de Deus". Esses eunucos, porém, muito ao contrário do que geralmente se afirma, não são criaturas psicologicamente assexuadas, respirando em climas de negação da vida. Conquanto abstémicos da emotividade sexual, voluntária ou involuntariamente, são almas vibrantes, inflamadas de sonhos e desejos, que se omitem, tanto quanto lhes é possível, no terreno das comunhões afectivas, para satisfazerem as obrigações de ordem espiritual a que se impõem. Depreende-se daí a impossibilidade de se doarem a quaisquer tarefas de reparação ou elevação sem tentações, sofrimentos, angústias e lágrima; e, às vezes, até mesmo escorregões e quedas, nos domínios do sentimento, de vez que os impulsos do amor nelas se mantêm com imensa agudeza, predispondo-as à sede incessante de compreensão e de afecto. Entendendo-se os valores da alma por alimento do espírito, impossível esquecer que a produção do bem e do aprimoramento se realiza à base de atrito e desgaste. A semente é segregada no solo para desenvencilhar-se dos empeços que a constringem, de modo a formar o pão, e o pão, a rigor, não se completa em forno frio. A força no carro não surge sem a queima de combustível, e o motor não lhe garante movimento sem aquecer-se em nível adequado. Abstinência e celibato, seja por decisão súbita do homem ou da mulher, interessados em educação dos próprios impulsos, no curso da reencarnação, ou seja por deliberação assumida, antes do renascimento na esfera física, em obediência a fins específicos, não contam indiferença e nem anestesia do sentimento. Celibato e abstinência, em qualquer forma de expressão, constituem tentações louváveis do ser, experiências de carácter transitório -, nos quais a fome de alimento afectivo se lhes transforma no intimo do coração em fogo purificador, acrisolandolhes as tendências ou transfigurando essas mesmas tendências em clima de produção do bem comum, através do qual, pela doação de uma vida, se efectua o apoio espiritual ou a iluminação de inúmeras outras. Tais considerações nos impelem a concluir que a vida sexual de cada criatura é terreno sagrado para ela própria, e que, por isso mesmo, abstenção, ligação afectiva, constituição de família, vida celibatária, divórcio e outras ocorrências, no campo do amor, são problemas pertinentes à responsabilidade de cada um, erigindo-se, por essa razão, em assuntos, não de corpo para corpo, mas de coração para coração.
EMMANUEL
4) Na Esfera Espiritual, em que estagiamos, o eletrão é também partícula atômica dissociável. — (Nota do Autor espiritual)
Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado, disse Jesus.
Esta sentença faz da indulgência um dever para nós outros porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. Antes de atribuirmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita. Do item 13, do Cap. X, de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
É curioso notar que Jesus, em se tratando de faltas e quedas, nos domínios do espírito, haja escolhido aquela da mulher, em falhas do sexo, para pronunciar a sua inolvidável sentença: "aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra". Dir-se-ia que no rol das defecções, deserções, fraquezas e delitos do mundo, os problemas afectivos se mostram de tal modo encravados no ser humano que pessoa alguma da Terra haja escapado, no cardume das existências consecutivas, aos chamados "erros do amor". Penetre cada um de nós os recessos da própria alma, e, se consegue apresentar comportamento irrepreensível, no imediatismo da vida prática, ante os dias que correm, indague-se, com sinceridade, quanto às próprias tendências. Quem não haja varado transes difíceis, nas áreas do coração, no período da reencarnação em que se encontre, investigue as próprias inclinações e anseios no campo íntimo, e, em sã consciência, verificará que não se acha ausente do emaranhado de conflitos, que remanescem do acervo de lutas sexuais da Humanidade. Desses embates multimilenários, restam, ainda, por feridas sangrentas no organismo da colectividade, o adultério que, de futuro, será classificado na patologia das doenças da alma, extinguindo-se, por fim, com remédio adequado, e a prostituição que reúne em si homens e mulheres que se entregam às relações sexuais, mediante paga, estabelecendo mercados afectivos. Qual ocorre aos flagelos da guerra, da pirataria, da violência homicida e da escravidão que acompanham a comunidade terrestre, há milénios, diluindo-se, muito pouco a pouco, o adultério e a prostituição ainda permanecem, na Terra, por instrumentos de prova e expiação, destinados naturalmente a desaparecer, na equação dos direitos do homem e da mulher, que se harmonizarão pelo mesmo peso, na balança do progresso e da vida. Note-se que o lenocínio de hoje, conquanto situado fora da lei, é o herdeiro dos bordéis autorizados por regulamentação oficial, em muitas regiões, como sucedia notadamente na Grécia e na Roma antigas, em que os estabelecimentos dessa natureza eram constantemente nutridos por levas de jovens mulheres orientais, directa ou indirectamente adquiridas, à feição de alimárias, para misteres de aluguer. Tantos foram os desvarios dos Espíritos em evolução no Planeta – Espíritos entre os quais muito raros de nós, os companheiros da Terra, não nos achamos incluídos - que decerto Jesus, personalizando na mulher sofredora a família humana, pronunciou a inesquecível sentença, convocando os homens, supostamente puros em matéria de sexualidade, a lançarem sobre a companheira infeliz a primeira pedra. Evidentemente, o mundo avança para mais elevadas condições de existência. Fenómenos de transição explodem aqui e ali, comunicando renovação. E, com semelhantes ocorrências, surge para as nações o problema da educação espiritual, para que a educação do sexo não se faça irrisão com palavras brilhantes mascarando a licenciosidade. Quando cada criatura for respeitada em seu foro íntimo, para que o amor se consagre por vínculo divino, muito mais de alma para alma que de corpo para corpo, com a dignidade do trabalho e do aperfeiçoamento pessoal luzindo na presença de cada uma, então os conceitos de adultério e prostituição se farão distanciados do quotidiano, de vez que a compreensão apaziguará o coração humano e a chamada desventura afectiva não terá razão de ser.
Emmanuel
Pergunta - Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?
Resposta: - Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar. Item nº 202, de "O Livro dos Espíritos". A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afectiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação. Observada a ocorrência, mais com os preconceitos da sociedade, constituída na Terra pela maioria heterossexual, do que com as verdades simples da vida, essa mesma ocorrência vai crescendo de intensidade e de extensão, com o próprio desenvolvimento da Humanidade, e o mundo vê, na actualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie, somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos às criaturas heterossexuais. A colectividade humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem como agentes mais elevados de definição da dignidade humana, de vez que a individualidade, em si, exalta a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinquência. A vida espiritual pura e simples se rege por afinidades electivas essenciais; no entanto, através de milénios e milénios, o Espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenómeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas. O homem e a mulher serão, desse modo, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta. A face disso, a individualidade em trânsito, da experiência feminina para a masculina ou vice versa, ao envergar o casulo físico, demonstrará fatalmente os traços da feminilidade em que terá estagiado por muitos séculos, em que pese ao corpo de formação masculina que o segregue, verificando-se análogo processo com referência à mulher nas mesmas circunstâncias. Obviamente compreensível, em vista do exposto, que o Espírito no renascimento, entre os homens, pode tomar um corpo feminino ou masculino, não apenas atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado sector de acção, como também no que concerne a obrigações regenerativas. O homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, em muitos casos é induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos, e a mulher que agiu de igual modo é impulsionada à reencarnação em corpo morfologicamente masculino, com idênticos fins. E, ainda, em muitos outros casos, Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e, consequentemente, na elevação de si próprios, rogam dos Instrutores da Vida Maior que os assistem a própria interacção no campo físico, em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem. Escolhem com isso viver temporariamente ocultos na armadura carnal, com o que se garantem contra arrastamentos irreversíveis, no mundo afectivo, de maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objectivos que abraçam. Observadas as tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou de experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual. E para que isso se verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da vida eterna, os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e Misericórdia. Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da consciência de cada um.
Emmanuel
Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem, passo a passo, à origem dos males que os torturam e verifiquem se, as mais das vezes, não poderão dizer: Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição. Do item 4, do Cap. V, de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".
Existe o mundo sexual dos Espíritos de evolução primária, enguiçado de ligações irresponsáveis, e existe o mundo sexual dos Espíritos conscientes, que já adquiriram conhecimento das obrigações próprias, à frente da vida; o primeiro se constitui de homens e mulheres psiquicamente não muito distantes da selva, remanescentes próximos da convivência com os brutos, enquanto que o segundo é integrado pelas consciências que a verdade já iluminou, estudantes das leis do destino à luz da imortalidade. O primeiro grupo se mantém fixado à poligamia, às vezes desenfreada, e só, muito pouco a pouco, despertará para as noções da responsabilidade no plano do sexo, através de experiências múltiplas na fileira das reencarnações. O segundo já se levantou para a visão panorâmica dos deveres que nos competem, diante de nós mesmos, e procura elevar os próprios impulsos sexuais, educando-os pelos mecanismos da contenção. Falar de governo e administração, no campo sexual, aos que ainda se desvairam em manifestações poligâmicas, seria exigir do silvícola encargos tão-somente atribuíveis ao professor universitário, razão por que será justo deter-se alguém nesse ou naquele estudo alusivo à educação sexual apenas com aqueles que se mostrem susceptíveis de entender as reflexões exactas, nesse particular. Estabelecida a ressalva, perguntemos a nós mesmos se nos seria lícito abandonar, no mundo, os compromissos de natureza afectiva, assumidos diante uns dos outros. Assim nos externamos para considerar que a ligação sexual entre dois seres na Terra envolve a obrigação de proteger a tranquilidade e o equilíbrio de alguém que, no caso, é o parceiro ou a parceira da experiência "a dois", e, muito comumente, os "dois" se transfiguram em outros mais, na pessoa dos filhos e demais descendentes. Urge, desse modo, evitar arrastamentos no terreno da aventura, em matéria de sexo, para que a desordem nos ajustes propostos ou aceitos não venha a romper a segurança daquele ou daquela que tomamos sob nossa assistência e cuidado, com reflexos destrutivos sobre todo o grupo, em que nos arraigamos através da afinidade. Não se trata, em nossas definições, do chamado "vínculo indissolúvel" criado por leis humanas, de vez que, em toda parte, encontramos companheiros e companheiras lesados pelo comportamento de parceiros escolhidos para a vivência sexual e que, por isso mesmo, adquirem, depois de prejudicados, o direito natural de se vincularem à outra ligação ou a outras ligações subsequentes, procurando companhia ao nível de sua confiança e respeitabilidade; reportamo-nos ao impositivo da lealdade que deve ser respondida com lealdade, seja qual for o tipo de união em que os parceiros se comuniquem sexualmente um com o outro, sustentando o equilíbrio recíproco. Considerado o exposto, os participantes da comunhão afectiva, conscientes dos deveres que assumem, precisam examinar até que ponto terão gerado as causas da indisciplina ou deserção naquele ou naquela que desistiu da própria segurança íntima para se atirar à leviandade. Justo ponderar quanto a isso, porquanto, em muitas ocorrências dessa espécie, não é somente aquele ou aquela que se revelam desleais, aos próprios compromissos, o culpado pela ruptura na ligação afectiva, mas igualmente o companheiro ou a companheira que, por desídia ou frieza, mesquinhez ou irreflexão nos votos abraçados, induz a parceira ou o parceiro a resvalarem para a insegurança, no campo do afecto, atraindo perturbações de feição e tamanho imprevisíveis.
Emmanuel
Pergunta: Qual das duas, a poligamia ou a monogamia é mais conforme à lei da Natureza?
Resposta: A poligamia é lei humana cuja abolição marca Progresso social. O casamento segundo as vistas de Deus tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia, não há afeição real: há apenas sensualidade. Item n° 701, de "O livro dos Espíritos".
Comenta-se a possibilidade de legalização das relações sexuais livres, como se fora justo escolher companhias para a satisfação do impulso genésico, qual se apontam iguarias ou vitaminas mais desejáveis numa hospedaria. Relações sexuais, no entanto, envolvem responsabilidade. Homem ou mulher, adquirindo parceira ou parceiro para a conjunção afectiva, não conseguirá, sem dano a si mesmo, tão-somente pensar
Emmanuel
A ingratidão é um dos frutos mais directos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos. Mas, a dos filhos para com os pais apresenta carácter ainda mais odioso. Do item 9, do Cap. XIV, de "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Trazida a reencarnação para os alicerces dos fenómenos sócio-domésticos, não é somente a relação de pais para filhos que assume carácter de importância, mas igualmente a que se verifica dos filhos para com os pais. Os filhos não pertencem aos pais; entretanto, de igual modo, os pais não pertencem aos filhos. Os genitores devem especial consideração aos que agridem os filhos e tentam escravizá-los, qual se lhes fossem objecto de propriedade exclusiva; todavia, encontramos, na mesma ordem de frequência, filhos que agridem os pais e buscam escravizá-los, como se os progenitores lhes constituíssem alimárias domésticas. A reencarnação traça rumos nítidos ao mútuo respeito que nos compete de uns para com os outros. Entre pais e filhos, há naturalmente uma fronteira de apreço recíproco, que não se pode ultrapassar, em nome do amor, sem que o egoísmo apareça, conturbando-lhes a existência. Justo que os pais não interfiram no futuro dos filhos, tanto quanto justo que os filhos não interfiram no passado dos pais. Os pais não conseguem penetrar, de imediato, a trama do destino que os princípios cármicos lhes reservam aos filhos, no porvir, e os filhos estão inabilitados a compreender, de pronto, o enredo das circunstâncias em que se mergulharam seus pais, no pretérito, a fim de que pudessem volver, do Plano Espiritual ao renascimento no Plano Físico. Unicamente no mundo das causas, após a desencarnação, ser-lhes-á possível o entendimento claro, acerca dos vínculos em que se imanizam. Invoque-se, à vista disso, o auxílio de religiosos, professores, filósofos e psicólogos, a fim de que a excessiva agressividade filial não atinja as raias da perversidade ou da delinquência para com os pais e nem a excessiva autoridade dos pais venha a violentar os filhos, em nome de extemporânea ou cruel desvinculação. Pais e filhos são, originariamente, consciências livres, livres filhos de Deus empenhados no mundo à obra de autoburilamento, resgate de débitos, reajuste, evolução. As leis da vida englobam-lhes a individualidade no mesmo alto gabarito de consideração. Nunca é lícito o desprezo dos pais para com os filhos e vice-versa. Não configuramos no assunto qualquer aspecto lírico na temática afectiva. Apresentamos, sumariamente, princípios básicos do Universo. A existência terrestre é muito importante no progresso e no aperfeiçoamento do Espírito; no entanto, ao mesmo tempo, é simples estágio da criatura eterna no educandário da experiência física, à maneira de estudante no internato.
Os pais lembram alunos, em condições mais avançadas de tempo, no currículo de lições, ao passo que os filhos recordam aprendizes iniciantes, quando surgem na arena de serviço terrestre, com acesso na escola, sob o patrocínio dos companheiros que os antecederam, por ordem de matrícula e aceitação. E que os filhos jamais acusem os pais pelo curso complexo ou difícil em que se vejam no colégio da existência humana, porquanto, na maioria das ocasiões, foram eles mesmos, os filhos, que, na condição de Espíritos desencarnados, insistiram com os pais, através de afectuoso constrangimento ou suave processo obsessivo, para que os trouxessem, de novo, à oficina de valores físicos, de cujos instrumentos se mostravam carecedores, a fim de seguirem rumo correcto, no encalço da própria emancipação.
Emmanuel
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