Á medida que o indivíduo se aproxima da velhice e da morte, podem ser acrescentados aos corpos de energia maiores graus de vibração superior. Os cabelos das pessoas assumem uma coloração branca brilhante, à medida em que a luz branca que lhes percorre o ser aumenta sua afinidade com o mundo espiritual. Agora, à relação “Eu-Tu” se acrescenta uma relação pessoal muito profunda com Deus. A energia terrena inferior, metabolizada através dos chakras inferiores, diminui e é firmemente substituída por energias superiores mais finas, que têm muito mais que ver com o espírito do que com a vida no plano físico. A pessoa está-se a preparar para regressar à casa no mundo espiritual. Quando esses processos naturais são compreendidos e se lhes permite desdobrarem-se desde o interior psíquico, a serenidade e o amor enchem a vida pessoal do indivíduo. As coisas ocupam os lugares à mercê do crescimento que se verificou no correr dos anos. O chakra do plexo solar, em especial, torna-se mais harmonioso. A pessoa é capaz de aumentar a profundidade da percepção que faz da vida (a despeito da diminuição da força física), uma coisa de interesse cada vez maior e de experiência cada vez mais rica. É lastimável que a nossa cultura, de um modo geral, não respeite nem utilize esse grande recurso de sabedoria e luz, como o fazem outras culturas. A vida não acaba com a morte. Ela determina apenas o final de mais uma passagem pela terra. No momento da morte, segundo Phoebe Bendit, um raio luminoso ilumina o topo da cabeça quando a pessoa deixa o plano da terra pelo chakra da coroa. A experiência de sair pelo topo da cabeça foi descrita muitas vezes como a passagem pelo túnel entre a vida e a morte, um longo túnel escuro com uma luz brilhante no fim. Pode dizer-se também que a “experiência do túnel” é a alma que sobe pela principal corrente de força do corpo ao longo da espinha e deixa o corpo na luz brilhante do chakra da coroa.
Por ocasião da morte, a alma é recebida por velhos amigos falecidos e pelos guias espirituais. Nesse momento, vê passar toda a sua vida muito rápida e claramente, de modo que não há engano possível quanto ao que aconteceu, às escolhas que foram feitas, às lições que foram aprendidas e às lições que ainda precisam ser aprendidas na próxima encarnação. Segue-se a isto um tempo de celebração da tarefa completada, e um tempo gasto no mundo espiritual antes de ser levada a cabo a encarnação seguinte.
Depois das pessoas morrem em consequência de uma longa enfermidade, são vistas, muitas vezes, a descansar, rodeadas por uma luz branca durante certo período de tempo após a morte. Fica-se com a impressão de que as mesmas estão a ser tratadas numa espécie de hospital do outro lado.
Num caso, vi Azrael guardando o portão. Enquanto a pessoa se contorcia, presa de dores profundas, perguntei a Azrael por que não a ajudava a morrer. E ele respondeu: “Ainda não recebi minhas ordens.” (Azrael é o anjo da morte e me parece muito forte e belo, e não aterrador como querem algumas fontes.)
A morte não é o que compreendemos, senão a transição de um estado de consciência para outro. Segundo Heyoan, já morremos ao esquecer quem somos. As nossas partes que se esqueceram estão separadas da realidade por um muro, e nós sujeitamo-nos à encarnação para as recuperar. Dai que, embora temam a morte, já morremos e, no processo encarnatório de reintegração com o nosso ser maior, realmente encontramos mais vida. Nas palavras de Heyoan, a única coisa que morre é a morte.
Durante a vida, separamos com uma parede as experiências que desejamos esquecer. Fazemo-lo de maneira tão eficaz que não nos lembramos de muitas delas. Encetamos o processo de separação pela parede no princípio da infância e continuamo-lo em todo o correr da existência. Essas peças da nossa consciência separadas pelo muro podem ser vistas no campo áureo em forma de obstruções. Diz Heyoan que a verdadeira morte já ocorreu na forma desse muro interior.
“Como você sabe, a única coisa que a separa de qualquer outra coisa é você mesma. E a coisa mais importante é que a morte já ocorreu nas suas partes emparedadas. Isso seria talvez, do nosso ponto de observação, a mais clara definição do que o ser humano cuida ser a morte. A morte é estar emparedado e separado. É esquecer quem é. Isso é a morte. Você já morreu. Você, de fato, encarnou para trazer à vida as suas partes que já estão no que você chama de morte, se algum dia usasse essa palavra. Essas partes já morreram.
“O processo da morte, que chamaríamos de transição para uma percepção maior, pode ser visto como um processo do campo energético. Descrevê-lo-emos agora para ajudá-la a compreender o processo da morte do ponto de vista áureo. Há uma lavagem do campo, uma clarificação, uma abertura de todos os chakras. Quando você morre, vai para outra dimensão. Há dissolução nos três chakras inferiores. Há dissolução, e note que dizemos dissolução, dos três corpos inferiores. Aqueles dentre vós que assistiram à morte de outros, viram a qualidade opalina das mãos, do rosto, da pele, qual madrepérola opalescente, e belas nuvens cor de opala flutuam no ar. Essas nuvens são os corpos inferiores de energia que servem para manter a união do corpo físico. Estão a desintegrar-se. Flutuam, e os chakras existentes abrem-se e deles escapam cordões de energia. Os chakras superiores são grandes buracos abertos noutras dimensões. De sorte que esta é a etapa inicial da morte, em que o campo de energia inicia a separação. As partes inferiores do campo de energia separam-se das superiores. Depois, nas três horas, mais ou menos, que cercam a hora da morte, ocorre uma lavagem do corpo, um baptismo, um baptismo espiritual do corpo em que a energia jorra como fonte logo acima da principal corrente de força vertical. Uma fonte de luz dourada flui e limpam-se todas as obstruções. A aura assume a cor do ouro branco. Como será isso experimentado pelo moribundo em termos de memória? Você já o ouviu. A pessoa vê a vida inteira a passar por ela. Justamente isso. Há os fenómenos concomitantes do campo de energia da lavagem da aura. Todas as obstruções desapareceram. Todas as experiências esquecidas dessa existência estão desobstruídas. Todas fluem através da consciência, e quando a pessoa se vai, vai-se a consciência. É a dissolução de muitas paredes criadas para o processo de transformação nessa determinada vida. Uma tremenda integração.
“Com a dissolução das paredes erguidas para esquecer no seu interior, você lembra-se de quem realmente é. Integra-se no seu Eu Superior e sente-lhe a leveza e a vastidão. Assim a morte, ao contrário da opinião popular, é uma experiência maravilhosa. Muitos de vocês já leram as descrições dos que foram declarados clinicamente mortos e voltaram à vida. Todos falam num túnel com uma luz brilhante no fim. Falam no encontro com um ser maravilhoso na extremidade do túnel. A maioria passa revista à própria vida e a discute com aquele ser. A maioria confessa que decidiu, por vontade sua, voltar ao mundo físico para completar o aprendizado, apesar de toda a maravilhosa beleza do local em que se encontra. A maioria já não tem medo da morte, mas a aguarda com ansiedade, como uma grande liberação para a serenidade.
“Nessas condições, é a sua parede que a separa desta verdade: o que você chama de morte é, na realidade, a transição para a luz. A morte que você imagina e experimentará pode ser encontrada dentro da sua parede. Todas as vezes que você se separa, de um modo ou de outro, morre uma pequena morte. Todas as vezes que obstrui a sua maravilhosa força vital, impedindo-a de fluir, está a criar uma pequena morte. Assim sendo, quando se lembra das partes separadas do seu Ser, e as reintegra em si mesma, você já morreu. Você volta à vida. Quando expande sua percepção, a parede no meio do mundo, a parede entre a realidade espiritual e a realidade física, dissolve-se. Assim a morte dilui-se, não é mais que a liberação da parede da ilusão quando você está pronta para prosseguir. E o que você é se redefine como a realidade maior. Você ainda é o seu Eu individual; quando deixa cair o corpo, mantém a essência do Eu. Sente a essência do Eu nas meditações futuras e passadas. O seu corpo físico morre, mas você passa para outro plano da realidade. Mantém a essência do Eu além do corpo, além da encarnação. E quando deixar o corpo, sente que é um ponto de luz dourada, mas sente, ainda assim, que é você mesma.”
Saudações Reikianas.
NAMASTÉ