Os bloqueios podem apresentar-se de variadas formas e feitios. A obstrução “maçante” resulta de se deprimirem os sentimentos e a energia da pessoa até a sua estagnação, provocando uma acumulação de fluidos corporais na área. O corpo tende a inchar-se ali. Essa obstrução, em geral, não é de alta energia, mas antes de baixa que habitualmente está associada ao desespero. Se a obstrução continuar, a doença resultante possível será uma colite ou uma angina de peito. A cor, quase sempre o azul-acinzentado, produz uma sensação de coisa pegajosa e pesada, como o muco. Ali há raiva também, geralmente do tipo que censura. A pessoa desistiu de tudo e sente-se impotente. Uma mulher, que teve um casamento infeliz e renunciou à carreira pelo casamento, por exemplo, sofre uma obstrução desse género. Agora, cinquentona, verificou ser impossível voltar ao mundo dos negócios e encetar uma carreira. Em vez disso, atribui simplesmente ao marido sua infelicidade. Exige que as filhas façam o que ela nunca fez. Tenta viver a vida através delas, mas é claro que isso não pode dar certo.
Por outro lado, a obstrução de compactação, que suprime os sentimentos, contém grande quantidade de fúria acumulada, como um vulcão. De cor vermelho-escura, costuma aparecer, pressagia, ao observar, que normalmente não deseja ser o recipiente da erupção vulcânica. Essa obstrução da energia resulta numa acumulação de gordura ou músculos corporais na área. Se a compactação continuar por muito tempo, poderá redundar em enfermidades como uma inflamação da pelve. A pessoa geralmente se dá conta da fúria e sente-se presa porque a liberação da fúria está associada à humilhação. Uma mulher que conheci chegou à conclusão, na infância, de que o fato de experimentar sensações sexuais acarreta humilhação. O pai humilhou-a em relação à sua sexualidade quando ela era moça. Resultado: ela bloqueou suas vigorosas sensações sexuais e as manteve, apertadas, na pelve. As sensações sexuais contidas, pouco a pouco, se transformaram em fúria. E porque a fúria não se soltou, graças ao medo da humilhação, o acúmulo de energia estagnada na pelve produziu uma infecção. Depois de anos de pequenas infecções crónicas, ela ouviu finalmente o diagnóstico de que sofria de uma inflamação da pelve.
A armadura de rede é uma obstrução eficaz porque ajuda a pessoa a evitar sentimentos, sobretudo e medo, pela rápida movimentação das obstruções quando ela é desafiada, quer numa situação de vida, quer na terapêutica. Se o terapeuta, por exemplo, procurar liberar uma obstrução pelo exercício ou pela massagem profunda, a obstrução simplesmente se mudará para outra parte do corpo. Esse tipo de obstrução provavelmente não dará início a uma moléstia tão depressa quanto os outros tipos de obstruções. Tudo parecerá maravilhoso na vida do paciente. Ele será bem-sucedido no mundo, terá um casamento “perfeito” e “filhos modelos” mas, em que pese a tudo isso, terá a vaga sensação de que lhe falta alguma coisa. Essa pessoa só será capaz de tolerar sentimentos profundos por um curto período de tempo, antes de pular fora deles. Por fim, criará alguma crise em sua vida a fim de irromper os sentimentos mais profundos. Essa crise pode assumir qualquer forma, como uma doença inesperada e súbita, um acidente ou um caso de amor.
A armadura de placa, congela todos os tipos de sentimentos, que são mantidos no lugar, em volta do corpo, por um campo de alta tensão generalizada. Essa armadura ajuda eficazmente a pessoa a construir uma vida bem estruturada no nível exterior. O corpo será bem construído; os músculos tenderão a ser rijos. No nível pessoal, a vida será menos satisfatória, porque a armadura de placa, na verdade, anula os sentimentos, criando alta tensão em todo o corpo, tensão que pode redundar em tipos diferentes de doenças: úlceras decorrentes do excesso de trabalho, ou problemas cardíacos consequentes ao “emperramento” da vida sem alimentação pessoal. Porque não pode sentir bem o corpo, como, por exemplo, a tensão nos músculos longos, a pessoa fará, provavelmente, pressão excessiva sobre os músculos, causando uma distensão dolorosa dos extensores da perna, ou uma tendinite. Essa pessoa também terá uma vida aparentemente “perfeita”, à qual faltará, todavia, uma ligação pessoal mais profunda. É provável que também acabe criando alguma espécie de crise de vida, como as crises supramencionadas, que a ajudará a ligar-se à sua realidade mais profunda. Um ataque cardíaco obtém lindamente esse resultado para alguns homens. Conheço, por exemplo, um homem de negócios muito bem-sucedido, dono de várias revistas, todas de grande circulação. Ele andava tão absorto no trabalho que se acabou distanciando da família. Depois do enfarte, os filhos chegaram-se a ele e lhe disseram: “Você precisa parar, pois caso contrário, morrerá. Ensine-nos a ajudá-lo a dirigir seus negócios.” Ele ensinou-os, eles aprenderam e a família voltou a ajuntar-se.
Saudações Reikianas
NAMASTÉ