Reflexão: Espelhos da vida…
Caros leitores,
Ao longo da nossa caminhada, vamos construindo algumas coisas e destruindo outras, é o processo natural do desenvolvimento do ser humano. Conforme vamos tendo mais idade é natural que cada vez mais construímos e cada vez menos destruímos, segundo a natural lei e ordem da evolução da espécie. Mas na realidade a nossa vida é repleta de espelhos e até de simbologias associadas a espelhos, em várias décadas e pontos do globo. Veja-se neste pequeno texto extraído da edição on-line da Porto Editora:
“O espelho é um símbolo da pureza, da verdade e de sinceridade. Traduz o verdadeiro conteúdo dos corações dos homens e também o da sua consciência. O espelho é também um sinal de sabedoria, conhecimento e iluminação nas tradições orientais…
O espelho é utilizado no julgamento das almas dos mortos na tradição indo-budista. Nas lendas e histórias de fadas, os espelhos mágicos têm uma função adivinhatória de prever o futuro… A tradição dos espelhos mágicos é muito antiga e remonta muito provavelmente à antiga Pérsia. Dizia-se que Pitágoras sabia ver o futuro através dos espelhos. Na Ásia, os espelhos são utilizados nos rituais de feitiçaria para adivinhação, virando-os para o Sol ou para a Lua para ler o futuro. Na tradição hinduísta e budista, o espelho tanto é associado ao Kharma, à lei universal, como ao Dharma, a lei dos homens. No budismo praticado no Tibete, o espelho demonstra a verdade suprema e a inutilidade do mundo das formas, traduzindo a verdadeira natureza de Buda. Na tradição mitológica do Japão, o espelho espalha a luz divina sobre o mundo. Na Índia de tradição védica, o espelho assume todas as formas através de uma miragem proporcionada pela luz solar e exprime a sua natureza mutável e perene. O espelho é um símbolo solar, na medida em que reflete a inteligência suprema, mas também é um símbolo lunar, porque a lua funciona como um espelho da luz do Sol. Na China, para além de lunar e feminino, o espelho é o símbolo da rainha, da harmonia e da união conjugal. Platão comparava a alma a um espelho, no que foi seguido por alguns padres da Igreja. Entre os sufis do Islão, o espelho exprime o medo que os seres humanos têm de se conhecerem a si próprios. O termo especular, que resultou do latim speculum, começou por significar a observação do céu e dos movimentos dos astros com a ajuda de um espelho. Nos jardins árabes, os lagos eram comparados a espelhos.”
Como podem verificar, a importância e utilidade dada aos espelhos difere de zona para zona ou de região para região. Mas na realidade a minha reflexão prende-se com outro tipo de espelhos, aqueles que deram origem à célebre expressão: “As costas dos outros são os nossos espelhos”. Sem dúvida que esta expressão é muito verdadeira, pois todos os seres humanos têm uma tendência inata para julgar e criticar o próximo, o que não passa de uma manobra psicológica, fazendo com que foquemos os pensamentos na “dita” pessoa. Aproveito para lhes relatar um caso que se passou comigo: Um certo dia, no meu local de trabalho estavam 2 pessoas no fundo do corredor a falar, sendo que uma delas estava a criticar (ou cortar na casaca) de outra pessoa e eu ia ouvindo a conversa até que passei junto dessas duas pessoas. Achando incorrecto aquilo que estavam a fazer parei (entretanto a pessoa que estava a falar calou-se) e eu disse a essa pessoa: “Nunca te ouvi falar tão bem de ti mesma. Parabéns pela tua coragem ao estares a partilhar os teus defeitos com outra pessoa”; A pessoa ficou estática a olhar para mim, despedi-me dizendo: “até logo” e segui o meu caminho. Enfim, o ser humano é mesmo assim, como manobra de defesa psicológica o ser humano aponta (além de ser feio apontar, quando o fazemos temos 3 dedos a apontar para nós) para outros com o receio de lhe “descobrirem a careca” pois todas as pessoas querem mostrar só as suas boas coisas, ocultando as menos boas que acabam por apontar aos outros. É difícil superarmos as coisas menos boas em nós, mas conseguimos se formos persistentes e acreditarmos que vamos conseguir. Na verdade por mais que tente esconder essas coisas, no dia da sua partida (morte) perante o seu “juízo final”, terá de enfrentar todas essas questões menos positivas que você tão bem conhece, que jamais poderá ocultar do Criador (Deus). Seja mais positivo, aceite-se como é com as suas virtudes e defeitos, e tente ajudar-se a si mesmo, deixando de andar por ai armado em Juiz e carrasco dos outros, porque isso já você o é, mas apenas e só de si mesmo. Assuma uma atitude mais positiva deixando de criticar negativamente, para passar a criticar de forma positiva e construtiva, e repare como vai mudar o mundo à sua volta. Termino deixando-os em paz, harmonia e com muito amor incondicional.
NAMASTÊ