Dor e Prazer
As experiências de vida podem causar-nos, entre outras sensações ou sentimentos, uma sensação de dor ou uma sensação de prazer.
As sensações de dor têm o seguinte ciclo:
Experiência->Dor->
Muitas pessoas, face às experiências de dor (perdas, rupturas, etc...) prolongam para além do que lhes é saudável a sua permanência num nível de ressentimento, prorrogando as suas condições de vítima ou culpado face à experiência. A verdade é que grande parte fica bloqueada nesse primeiro nível de processamento.
O processo de reequilíbrio retoma-se quando a pessoa consegue finalmente reenquadrar a experiência e a dor, valorizando o que há de positivo a valorizar e a classificar como aprendizagem tudo o que de menos positivo há em relação a essa experiência. Ou seja, mesmo que aparentemente não exista nada de positivo a valorizar há algo bastante enriquecedor no processo: a informação, a aprendizagem, o próprio processo em si. Que contribuem directamente para o crescimento do indivíduo e para o desenvolvimento humano.
No entanto, este primeiro nível de reenquadramento, deverá ser feito com o cuidado de preparar o sujeito não para uma vivência de acautelamento ou traumatizada (que poderia comprometer o desfrutar de novas experiências), mas para uma postura de contemplação e total usufruto das novas experiências. Sem medos e com uma natural segurança acrescida.
Depois de reenquadrar a experiência e a dor, a pessoa começa finalmente a aceitar essa experiência como uma experiência de vida e não como um sofrimento, passando - após algum tempo - a demonstrar mesmo alguma gratidão por essa mesma experiência.
Esse é o nível em que o ser humano se liberta e cresce. Subindo mais um degrau.
Em relação às experiências de prazer, o ciclo é de alguma forma semelhante embora com outras valências emocionais:
Experiência->Prazer->
Também nesta dimensão, é curioso verificar como alguns de nós se mantém num baixo nível de usufruto de prazer - ignorantemente satisfeitos, num desconhecimento dos restantes níveis de evolução da condição humana. Numa sequência em que a consolidação surge como alternativa ao ressentimento e a partilha em paralelo à aceitação, numa comparação com a experiência de dor.
O ser humano é tão maravilhosamente simples na sua complexa diversidade:)
(in "A hipnose dos nossos dias" de Mário Rui Santos)
NAMASTÉ