Caros irmãos,
Quando numa entrevista se pergunta o que é que deseja para o mundo, a maioria das pessoas responde: “Gostava que acabassem as guerras, a fome e a pobreza, tornando este um mundo melhor.” Sim, sem dúvida que são palavras bonitas e nobres sentimentos, mas isso não basta. Fala-se em coesão social, reinserção social e combate à pobreza entre outras coisas, mas depois constatamos que o que existe não chega e como diz o povo: “de boas intenções estão inferno cheio”. Vamos passar das boas intenções para os verdadeiros actos de solidariedade, porque ninguém diga: “desta água não beberei”. Mas antes de continuar, vamos ver o actual “estado da nação” relativamente à pobreza.
Neste momento um quinto da população vê-se obrigado a viver com menos de 360€ mensais, e se considerar que a população activa entre os 16 e 34 anos (32%) que vivessem apenas do seu trabalho só, então também se considerariam pobres. Isto é realmente alarmante, pois neste caso estamos a falar de um terço da população activa do país. Mediante os dados do INE, sem as reformas a alguns apoios sociais, mais de 4 milhões de portugueses estavam em risco de pobreza. Mas há aqui uma coisa a ter em linha de conta, na altura da ditadura Portugal tinha das mais altas taxas de população e como tal não seria necessário o recurso às verbas do Estado, mas a situação inverteu-se e hoje os trabalhadores activos já não chegam para cobrir os valores das reformas pagas pelo Estado. Além disso o fosso existente entre ricos e pobres em Portugal, é o maior no conjunto dos países da União Europeia. Podemos constatar que o rendimento dos 2 milhões de portugueses mais ricos do país é quase 7 vezes maior que o rendimento dos 2 milhões de pessoas mais pobres. O Presidente da AMI diz: “A responsabilidade social das elites da sociedade portuguesa não é praticada e nem sequer á assumida”. Aqueles que estão mais perto do limiar da pobreza são os idosos e famílias com 3 ou mais filhos e por outro lado constatamos que as famílias mais ricas têm um ou nenhum filho dependente. O relatório do INE diz que Portugal integra a lista negra dos países que têm uma taxa de pobreza superior à media europeia (16%), na seguinte ordem decrescente: Polónia, Estónia, Letónia, Lituânia (18 a 21%), Espanha, Grécia, Irlanda (um quinto em risco), Portugal, Reino Unido (19 e 18%). Em Portugal, há 10 anos foi lançado o RSI (Rendimento Social de Inserção) com o objectivo de acabar com a pobreza, mas o mesmo ficou muito aquém do seu objectivo. Este actual “estado da nação” foi o apresentado no passado dia 18 de Outubro, Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Estima-se globalmente que 84 milhões de pessoas estão em risco de pobreza.
Além de tudo isto há ainda aqueles que, pelas mais variadas razões e/ou motivos (orgulho, vergonha, o que os outros vão dizer ou pensar) vivem com imensas dificuldades, chegando mesmo a passar fome. Estas são pessoas que outrora [refiro-me há 2 ou 3 anos atrás] viviam bem, de forma desafogada e que uma situação de banca rota, falência ou pobreza nunca lhes passou pela cabeça, mas agora, de um momento para o outro ficaram pobres. Isto causa-lhes imensos problemas, principalmente do foro psicológico (mental), pois essas pessoas tinham um determinado “estatuto social” que com isso desaparece, o que os deixa muito mal. Contudo em verdade lhes digo que isto acontece porque muitos seres neste plano teimam em viver pautando-se pelos prazeres da vida terrena (materialismo, apego, poder, riqueza, etc.) que apenas servem para lhe enriquecer o ego em detrimento da vida pautada pelas Leis Universais da Unidade dos Seres e não na dualidade que caracteriza a generalidade dos habitantes da Terra. Ao verem-se na pobreza, este tipo de pessoas sentem-se completamente perdidas, porque de um momento para o outro parece que passaram a viver num mundo completamente diferente e isso provoca-lhes um mau estar tal que chegam ao ponto de pensar no suicídio.
Por estas e outras razões, surgiu o REIsocialKI®, dando continuidade ao trabalho que tenho vindo a desempenhar. Este Projecto Social tem como principal objectivo o apoio às famílias carenciadas, tanto ao nível de bens (roupas, alimentos, livros, electrodomésticos) bem como ao nível psicológico (equilíbrio do Ser). Aqui em Albufeira este projecto já tem um ano de existência, tendo sido há um mês alargado para o Barreiro, Lisboa e brevemente em Famalicão. Também já funcionou temporariamente no Funchal. Além de Portugal, este projecto irá também expandir-se para outros países, aliando assim a divulgação das práticas terapêuticas holísticas ao cada vez mais necessário papel social, propagando os valores da humildade, solidariedade através da prática de trabalhos altruístas em prol do semelhante, sem nenhum tipo de interesses particulares e/ou pessoais.
Neste último trimestre de 2010, foi lançado o REInatalKI integrado no projecto anteriormente citado. Neste âmbito, informo que no próximo dia 5 de Novembro, irei levar a efeito uma Partilha [REIsocialKI®] em Lisboa e no final da mesma, os participantes seguem em marcha pelas ruas da capital onde vão pessoalmente fazer a entrega de cobertores, alimentos e livros aos sem-abrigo. Quem pretender dar o seu contributo/donativo mas não tenha possibilidade de estar presente nesse dia, poderá entregar o mesmo no seguinte endereço: junto à loja do cidadão nas Laranjeiras, estrada da luz, nº 94 C, Lisboa. Podem solicitar mais informações para um dos seguintes contactos: 913 096 548 ou 962 856 134, ou para o e-mail: mestreviktor@gmail.com . Vamos passar das palavras aos actos e seja invadido por um sentimento de bem-estar e harmonia para consigo mesmo e com o Universo.
Saudações Holísticas
NAMASTÊ