Reflexão: Quem sou?
Caríssimos,
Cada ser humano tem as suas vocações, sonhos, convicções, crenças e ambições (na sua infância) e esperam um dia ser médicos, bombeiros, policias, estilistas, professores, engenheiros, jogadores de futebol, enfim, um sem número de coisas que passam na mente das crianças e dos adolescentes. Mas a escolha do que vão ser é condicionada pela vocação que temos, pela família e até mesmo pelos amigos que nos rodeiam. Muitas vezes quando uma pessoa escolhe o que quer ser, mais propriamente a profissão que pretende desempenhar no futuro, condiciona a sua escolha também às perspectivas de mercado (se vai ter trabalho ou não) pensando no seu futuro a longo prazo. Esta foi apenas uma pequena introdução à reflexão que pretendo fazer e que vai começar no parágrafo seguinte.
Por vezes perguntam-me: Quem és?
Resposta: Sou aquilo que sou.
Pergunta: Mas tu trabalhas certo, então és o quê?
Resposta: Sim trabalho, nesse campo sou… mas continuo a dizer que sou o que sou.
Pergunta: Mas não respondeu totalmente à minha questão.
Resposta: Respondi sim. Disse-te o que sou profissionalmente e qual o meu trabalho. Certamente já ouviu falar sobre Jesus Cristo e sobre as palavras por ele ditas, as acções que ele praticava e o exemplo que deixou para a humanidade. Ele mesmo foi amado por uns e odiado por outros, por isso mesmo eu lhe respondo que sou aquilo que sou, nada mais.
Sou apenas um simples ser humano que, a determinada altura da sua vida, decidiu escolher seguir um determinado caminho, ajudando-me a mim mesmo para poder ajudar aqueles que me procuram com esse propósito. Jamais em tempo algum me achei ser mais que os outros seja naquilo que for, pois cada um é como cada qual e eu sou apenas e só eu, nada mais. Escolhi partilhar com a humanidade (meu semelhante) experiencia e conhecimento que fui adquirindo ao longo dos tempos, uns mais e outros menos conturbados, pelos quais tive de passar para hoje ser aquilo que sou. Senti solidão, rejeição social, desprezo, fome, desgosto, um vazio que se alojou em mim, mas nunca perdi o amor-próprio e a fé, acreditando que ia chegar o dia em que conseguia ultrapassar todas essas barreiras. Foi um caminho moroso, árduo, difícil e doloroso, o qual tive de percorrer sozinho a maior parte das vezes, sem o apoio de ninguém com formação em psicologia ou até mesmo no campo da espiritualidade. Neste caminho nunca me faltou o amor de família, que foi um bom contributo para essa fase da minha caminhada, na qual tive de reaprender conhecimentos, de me encontrar a mim mesmo e de me auto-ajudar, pois exteriormente sentia a crueldade de uma sociedade que não está preparada para este tipo de casos. Encaro tudo isto com tranquilidade, pois sei que tinha de passar por uma experiência de “quase morte” e por todas estas coisas para ser quem hoje sou, um simples ser que tenta ser para o seu semelhante aquilo que nunca foram para ele durante tão conturbado período.
Por agora vou terminar esta reflexão, desejando-lhes tudo de bom e nunca deixem de ter amor e de acreditar em vocês, porque se eu consegui tu também consegues, sê feliz.
NAMASTÊ