Médiuns de efeitos físicos
Os médiuns de efeitos físicos são particularmente aptos a produzir fenómenos materiais, como os movimentos dos corpos inertes, ou ruídos, etc. Podem dividir-se em médiuns facultativos e médiuns involuntários.
Os médiuns facultativos são os que têm consciência do seu poder e que produzem fenómenos espíritas por acto da própria vontade. Enquanto inerente à espécie humana, conforme já dissemos, semelhante faculdade está longe de existir em todos no mesmo grau. Porém, se poucas pessoas há em quem ela seja absolutamente nula, mais raras ainda são as capazes de produzir os grandes efeitos tais como a suspensão de corpos pesados, a translação aérea e, sobretudo, as aparições. Os efeitos mais simples são a rotação de um objecto, pancadas produzidas mediante o levantamento desse objecto, ou na sua própria substância. Embora não demos importância capital a esses fenómenos, recomendamos, contudo, que não sejam desprezados. Podem proporcionar ensejo a observações interessantes e contribuir para a convicção dos que os observem. Cumpre, entretanto, ponderar que a faculdade de produzir efeitos materiais raramente existe nos que dispõem de mais perfeitos meios de comunicação, quais a escrita e a palavra. Em geral, a faculdade diminui num sentido à proporção que se desenvolve em outro.
Os médiuns involuntários ou naturais são aqueles cuja influência se exerce a seu mau grado. Nenhuma consciência têm do poder que possuem e, muitas vezes, o que de anormal se passa em torno deles não se lhes afigura de modo algum extraordinário. Isso faz parte deles, exactamente como se dá com as pessoas que, sem o suspeitarem, são dotadas de dupla vista. São muito dignos de observação esses indivíduos e ninguém deve descuidar-se de recolher e estudar os factos deste género que lhe cheguem ao conhecimento. Manifestam-se em todas as idades e, frequentemente, em crianças ainda muito novas.
Tal faculdade não constitui, em si mesma, indício de um estado patológico, portanto não é incompatível com uma saúde perfeita. Se sofre aquele que a possui, esse sofrimento é devido a uma causa estranha, donde se sabe que os meios terapêuticos são impotentes para fazê-la desaparecer. Nalguns casos, pode ser consequente de uma certa fraqueza orgânica, porém, nunca é causa eficiente. Não seria, pois, razoável tirar dela um motivo de inquietação, do ponto de vista higiénico. Só poderia acarretar inconveniente, se aquele que a possui abusasse dela, depois de se haver tornado médium facultativo, porque então se verificaria nele uma emissão demasiado abundante de fluido vital e, por conseguinte, enfraquecimento dos órgãos.
NAMASTÉ