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«Reiki & Terapias Orientais»

Aqui divulgo Terapias energeticas e/ou holísticas, evolução do Ser e crescimento pessoal. Autor do livro "Partilhas de um Ser" «Mestre de Reiki e Karuna». Tratamentos, Cursos e Workshop's

Aqui divulgo Terapias energeticas e/ou holísticas, evolução do Ser e crescimento pessoal. Autor do livro "Partilhas de um Ser" «Mestre de Reiki e Karuna». Tratamentos, Cursos e Workshop's

«Reiki & Terapias Orientais»

06
Nov14

Reflexão: O Reiki e o Espiritismo

Viktor

Caríssimos,

     Actualmente encontramos imensa informação sobre os dois temas mencionados no título, contudo muitas pessoas levantam dúvidas que, em meu entender, carecem de mais um esclarecimento sobre esta temática.

     Há quem confunda Reiki com Espiritismo, mas na verdade são duas coisas bem distintas, pois o Espiritismo é como uma “religião” e o Reiki é uma terapia e filosofia de vida. Espiritismo, Doutrina Espírita ou Kardecismo é a doutrina codificada por um francês que tinha o pseudónimo de “Allan Kardec” que alia ciência, filosofia e religião. Os adeptos do Espiritismo são frequentadores de centros espíritas e fazem do espiritismo a sua “religião” e os seus princípios de vida.

     O Reiki é em si mesmo um caminho interior e pessoal de cada Ser humano. Todo o Ser que frequenta uma formação de iniciação ao Reiki, entra no universo energético das energias universais do amor incondicional e torna-se um praticante de reiki. Qualquer Ser, depois de ser “sintonizado” (por um mestre) no decorrer de uma formação, dá entrada no maravilhoso mundo energético e passa a ser um praticante de Reiki, juntando-se assim à comunidade de reikianos espalhados por todo o mundo. O Reiki é uma terapia complementar/integrativa que tem por base a canalização energética da energia universal do amor incondicional, e é também uma filosofia de vida, para aqueles que diariamente tentam aplicar 5 princípios do Reiki na sua vida quotidiana. Devo ainda salientar que o Reiki é vertical, ou seja, não está ligado a nenhum tipo de religião, pois há budistas, cristãos, ortodoxos, judeus e até mesmo ateus que praticam Reiki em todo mundo.

     Devo no entanto salientar que a partir do momento em que um Ser se torna reikiano, são dentro do mesmo desencadeadas algumas reacções que provocam mudanças de dentro para fora. Essas mudanças impelem-nos em prol da nossa verdadeira essência, a qual até o momento tem estado algo adormecida dentro de cada um de nós. Todo este processo resulta também em mudanças nos nossos padrões de pensamento, dando assim inicio à nossa caminhada interior, na procura da nossa essência. Todo este processo faz também cair por terra aqueles velhos padrões de padrões de pensamento e querenças que tinha, pois deixam de fazer sentido para si e como tal acreditar nos mesmos torna-se agora inviável. Este conjunto de mudanças acontece devido à nossa elevação do padrão de consciência, que agora em harmonia com o universo nos permite observar tudo o que nos rodeia de uma forma diferente, o que nos leva a concluir que cada nível de Reiki é a subida de um degrau na nossa elevação de consciência.

     Derivado ao que acabei de lhes dizer é que surge muitas vezes a confusão de confundirem Reiki com Espiritismo, mas como puderam verificar são coisas bem diferentes. Há no entanto algo semelhante que poderá estar associado ao Reiki que é a Espiritualidade, mas Espiritualidade não está ligada ao Espiritismo. Espiritualidade é um termo que define todo e qualquer Ser humano que procura um significado para a sua vida através de conceitos superiores, um Propósito Maior, o que alguns seres definem como Supremo.

     Espero que possam ter ficado esclarecidos e assim termino desejando-lhes muita paz, bem-estar, felicidade e amor, em prol de um mundo melhor.

NAMASTÊ

18
Set08

PREEXISTÊNCIA DA ALMA

Viktor

Sem a preexistência da alma, a doutrina do pecado original não seria somente inconciliável com a justiça de Deus, que tornaria todos os homens responsáveis pela falta de um só, seria também um contra-senso, e tanto menos justificável quanto, segundo essa doutrina, a alma não existia na época a que se pretende fazer que a sua responsabilidade remonte.

Com a preexistência, o homem traz, ao renascer, o gérmen das suas imperfeições, dos defeitos de que se não corrigiu e que se traduzem pelos instintos naturais e pelos pendores para tal ou tal vício. É esse o seu verdadeiro pecado original, cujas consequências naturalmente sofre, mas com a diferença capital de que sofre a pena das suas próprias faltas, e não das de outrem; e com a outra diferença, ao mesmo tempo consoladora, animadora e soberanamente equitativa, de que cada existência lhe oferece os meios de se redimir pela reparação e de progredir, quer despojando-se de alguma imperfeição, quer adquirindo novos conhecimentos e, assim, até que, suficientemente purificado, não necessite mais da vida corporal e possa viver exclusivamente a vida espiritual, eterna e bem-aventurada.

Pela mesma razão, aquele que progrediu moralmente traz, ao renascer, qualidades naturais, como o que progrediu intelectualmente traz ideias inatas; identificado com o bem, pratica-o sem esforço, sem cálculo e, por assim dizer, sem pensar. Aquele que é obrigado a combater as suas más tendências vive ainda em luta; o primeiro já venceu, o segundo procura vencer. Existe, pois, a virtude original, como existe o saber original, e o pecado ou, antes, o vício original.

Do Livro: “A Génese” – Capítulo I – Item 38

NAMASTÉ

05
Set08

Espiritualidade e Reiki

Viktor

Segundo a espiritualidade, o avanço do “Reiki” no mundo todo estava previsto para o século XX, mas chegou a hora de romper com essa necessidade de aplicabilidade lógica que o incentivou, resgatando a sua verdadeira dimensão sagrada. Da mesma forma que do lazer proporcionado pelas mesas giratórias, em meados do século XIX, Kardec evidenciou a existência de consciências incorpóreas, o mesmo deve acontecer com o “Reiki”. Gradativamente, a revelação espiritual chegará a todos os cantos do planeta e o “Reiki”, que já é até reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), indo-se transformar num trabalho de cura espiritual importante e generalizado.

08
Ago08

AS VIDAS SUCESSIVAS

Viktor

Como já neste blog tinha sido dito o homem deve antes de tudo aprender a se conhecer a fim de clarear seu porvir. Para caminhar com passo firme, precisa saber para onde vai. É conformando seus actos com as leis superiores que o homem trabalhará eficazmente para a própria melhoria e do meio social. O importante é discernir essas leis, determinar os deveres que elas nos impõem, prever as consequências de suas acções. O dia em que estiver compenetrado da grandeza de sua função, o ser humano poderá melhor se desapegar daquilo que o diminui e rebaixa; poder-se-á governar com sabedoria, preparar os seus esforços na união fecunda dos homens numa grande família de irmãos.

Mas estamos longe desse estado de coisas. Ainda que a humanidade avance na via do progresso, pode-se dizer, entretanto, que a imensa maioria dos seus membros caminha pela via comum, no meio da noite escura, ignorante de si mesma, nada compreendendo do propósito real da existência.

Espessas trevas obscurecem a razão humana. As radiações da verdade chegam empalidecidas, enfraquecidas, impotentes para aclarar as rotas sinuosas trilhadas pelas inumeráveis legiões em marcha e para fazer resplender aos seus olhos o objectivo ideal e longínquo.

Ignorando os seus destinos, flutuando sem cessar entre o preconceito e o erro, o homem maldiz, por vezes, a vida. Curvando-se sob seu fardo, lança sobre seus semelhantes a culpa das provas que suporta e que, muito frequentemente, são geradas pela sua imprevidência. Revoltado contra Deus, a quem acusa de injustiça, chega mesmo, algumas vezes, na sua loucura e desespero, a desertar do combate salutar, da luta que, por si só, poderia fortificar sua alma, esclarecer o seu julgamento, prepará-lo para os trabalhos de uma ordem mais elevada.

Por que é assim? Porque o homem desce fraco e desarmado na grande arena onde trava sem trégua e descanso, a eterna e gigantesca batalha? É porque este globo, a Terra, está em um degrau inferior na escala dos mundos. Aqui residem em sua maior parte espíritos infantis, isto é, almas nascidas há pouco tempo para a razão. A matéria reina soberana em nosso mundo. Nos curva sob seu jugo, limita as nossas faculdades, estanca os nossos impulsos para o bem e as nossas aspirações ao ideal.

Além disso, para discernir o porquê da vida, para entrever a lei suprema que rege as almas e os mundos, é preciso saber-se libertar dessas pesadas influências, desapegar-se das preocupações de ordem material, de todas essas coisas passageiras e cambiantes que encobrem o nosso espírito e que obscurecem os nossos julgamentos. É nos elevando pelo pensamento acima dos horizontes da vida, fazendo abstracção do tempo e do lugar, pairando, de alguma forma, acima dos detalhes da existência, que perceberemos a verdade.

Por um esforço de vontade, abandonemos um instante a Terra e gravitemos nessas alturas imponentes. De cima se desenrolará para nós o imenso panorama das idades sem conta, e dos espaços sem limites. Da mesma forma que o soldado, perdido no conflito, não vê senão confusão em torno dele, enquanto o general, cujo olhar abraça todas as peripécias da batalha, calcula e prevê os resultados; da mesma forma que o viajante, perdido nas sinuosidades do terreno pode, escalando a montanha, vê-as fundirem-se num plano grandioso; assim a alma humana, da altura onde plana, longe dos ruídos da terra e longe dos baixios obscuros, descobre a harmonia universal. Aquilo que, aqui em baixo, lhe parece contraditório, inexplicável e injusto, quando visto do alto, se reata, se aclara; as sinuosidades do caminho se endireitam; tudo se une, se encadeia; ao espírito, fascinado, aparece a ordem majestosa que regula o curso das existências e a marcha do universo.

Dessas alturas iluminadas, a vida não é mais, para os nossos olhos, como é para os da multidão - uma vã perseguição de satisfações efémeras - mas antes um meio de aperfeiçoamento intelectual, de elevação moral, uma escola onde se aprende a doçura, a paciência e o dever. E essa vida, para ser eficaz, não pode ser isolada. Fora dos seus limites, antes do nascimento e após a morte, vemos, numa espécie de penumbra, desenrolar-se inúmeras existências através das quais, ao preço do trabalho e do sofrimento, conquistamos, peça por peça, retalho por retalho, o pouco de saber e de qualidades que possuímos; por elas igualmente conquistaremos o que nos falta: uma razão perfeita, uma ciência sem lacunas, um amor infinito por tudo que vive.

A imortalidade assemelha-se a uma cadeia sem fim e se desenrola para cada um de nós na imensidade dos tempos. Cada existência é um elo que se religa, na frente e atrás, a elos distintos, a vidas diferentes, mas solidárias entre si. O presente é a consequência do passado e a preparação do futuro. De degrau em degrau, o ser se eleva e cresce. Artesã de seu próprio destino, a alma humana, livre e responsável, escolhe seu caminho e, se este caminho é mau, as quedas que advirão, as pedras e os espinhos que a dilacerarão, terão o efeito de desenvolver sua experiência e esclarecer a sua razão nascente.

Saudações Reikianas.

NAMASTÉ

07
Ago08

Chakras, Formação do Corpo Astral e Evolução

Viktor

Os chakras são responsáveis pela formação do corpo espiritual. É o que ensina André Luiz ao dizer que "vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder directriz da mente, estabelecem, para nosso uso, um veículo de células eléctricas, que podemos definir como sendo um campo electromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado." (Entre a Terra e o Céu, p. 126).

Esta também é a opinião emitida por Coquet: "... Os centros são as causas primárias na formação e na construção do templo do homem ou, em outros termos, do mecanismo da alma. É, pois, normal constatar as dificuldades que têm as glândulas endócrinas de se adaptarem aos ritmos que lhes impõe a consciência objectiva em curso da evolução e particularmente neste século rico de novidades.

“Mas isto faz parte do plano de evolução e cada um deve estar consciente disso. À medida que a natureza emocional se desenvolve e o intelecto torna-se mais activo, os centros correspondentes tornam-se igualmente mais activos e pode-se observar a emergência de determinadas perturbações. Tomemos o exemplo do centro laríngeo que, em se desenvolvendo, arrasta consigo uma crescente actividade do intelecto e determina assim uma grande complexidade do pensamento: nós veremos a aparição de perturbações de ordem psicológica. Cada centro determina, pois, um número bem preciso de perturbações inerentes à qualidade de sua energia respectiva" (op. cit., p.85).

Saudações Reikianas.

NAMASTÉ

30
Mai08

Reiki: Aparecimento e Missão…

Viktor

S

egundo a espiritualidade, o avanço do “Reiki” no mundo todo estava previsto para o século XX, mas só no século XXI chegou, vindo assim em cumprimento da sua verdadeira dimensão sagrada. Da mesma forma que do lazer proporcionado pelas mesas giratórias, em meados do século XIX, Kardec evidenciou a existência de consciências incorpóreas, o mesmo deve acontecer com o “Reiki”. Gradativamente, a revelação espiritual chegará a todos os cantos do planeta e o “Reiki”, que já é até reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), vai transformar-se num trabalho de cura espiritual importante, generalizado e à escala global.

NAMASTÉ

07
Mai08

O que é Médium de Cura?

Viktor

É uma faculdade que alguns médiuns possuem para curarem moléstias. Ocorre de forma espontânea. Podem realizar curas, provocando reacções reparadoras de tecidos e órgãos do corpo humano, através de um toque de mãos, pelo olhar ou por um gesto.

 Não podemos confundir mediúnidade de cura com magnetização. A magnetização é um tratamento contínuo, regular e metódico; ao passo que a cura realizada por um médium curador ocorre espontaneamente e de forma instantânea.

O médium curador além do magnetismo próprio, tem o Dom de captar, condensar, e dinamizar os fluidos cósmicos (substância cósmica fundamental) e transmiti-los para a zona doente de forma ordenada.

Os fluidos transmitidos possuem propriedades e efeitos que variam de acordo com a fonte geradora, de vibração específica, como por exemplo o sentimento do médium durante a emissão dos mesmos.

Nos fenómenos de cura os fluidos são subtis, radiantes e próprios para alterar as vibrações existentes.

O médium curador capta os fluidos leves e benignos da natureza ( através da concentração mental, com o pensamento firme no intuito de fazer a reparação dos tecidos doentes) e irradia-os sobre o doente. Quando está vibrando em ressonância com o Cristo, gera forças de alto poder curador que vertem sobre o doente que também está em vibração de fé e desejo de cura.

Nos médiuns curadores o centro diafragmático, localizado atrás do plexo solar (no chacra umbilical) é muito grande e desenvolvido, e é chamado de Centro de Cura. Também é considerado como um Centro da vontade como aquele entre as omoplatas, este centro também é maior em médiuns curadores.

Estes médiuns também possuem os chacras tatwas( nas palmas das mãos) muito desenvolvidos pois é por onde canalizam os fluidos curadores para os doentes. Exemplo disto é quando qualquer dor que sintamos, colocamos imediatamente a nossa mão sobre o local da dor para que possa ser restabelecido o equilíbrio dos elétrons. As pessoas fracas gostam de estar segurando as mãos das mais fortes e os enfermos também fazem com os sadios.

Os médiuns curadores captam as energias cósmicas através dos chacras coronário, umbilical e Umeral e as canalizam para as suas mãos ou seus pensamentos. Este fluidos penetram o corpo etérico e físico do doente atingindo as células e seus átomos, bombardeando-os com elétrons. Isto faz com que a vibração dos mesmos seja harmonizada tornando assim as células mais activas, acelerando as suas trocas químicas. Estas alterações fazem com que as células restabeleçam a sua capacidade regenerativa, equilibrando-se e reactivando as suas funções originais.

Agindo através dos chacras do doente atingem o seu perispírito; purificando-o pela aceleração vibratória auxiliando assim a realizar a cura no corpo astral do doente.

Porém, as moléstias de ordem kármica só podem ser curadas se houver merecimento do doente, mas mesmo assim sempre haverá benefícios para o mesmo.

Para que a cura seja efectiva, o médium curador deve orientar o doente para a reeducação da sua atitude mental, afastando a causa do desequilíbrio patológico, através de pensamentos positivos, fé e esperança.

O médium pode associar várias técnicas ao seu Dom curador, assim como o Reiki, Magnify Healing, a Cromoterapia, Cristalterapia, entre tantas outras.

Todas os requisitos necessários ao médium passista também se aplicam ao médium curador, como os de conduta, de asseio, de reforma moral, etc.

BIBLIOGRAFIA: O livro dos médiuns - Allan Kardec

NAMASTÉ

28
Abr08

REIKI: A ajuda divina

Viktor

Não é à toa que a máxima moral de Kardec é “fora da caridade não há salvação”. Em momento nenhum ele diz que fora do Espiritismo não há salvação. E nem diz como deve ser a prática do bem.

Assim, porque seria “não-doutrinário” praticar o bem através do Reiki, da Cromoterapia, da Apometria ou de qualquer outra técnica espiritual, anímica ou mediúnica?

São práticas que envolvem a espiritualidade, sobretudo o Reiki e a Apometria, e são necessariamente, espíritas. Se só acontecem devido à presença da equipe socorrista formada por médicos desencarnados, são formas de caridade eminentemente espíritas. Talvez não sejam kardecistas, mas isso é outro assunto.

NAMASTÉ

07
Mar08

Afinal, o que é Espiritismo?

Viktor
Kardec nos afirma que o Espiritismo é uma ciência experimental, constituída a partir das instruções dadas pelos Espíritos sobre todos os assuntos que interessam à Humanidade e, também, através das respostas às perguntas que lhes foram propostas, tendo sido recolhidas e coordenadas com cuidado (OE, p.186). Tais instruções possibilitaram a Kardec produzir três estudos fundamentais, um de ordem filosófica (O Livro dos Espíritos), um de ordem moral (O Evangelho segundo o Espiritismo) e um sobre o processo de comunicação mediúnico (O livro dos Médiuns).
Porém, devemos nos lembrar que Kardec viveu e escreveu imbuído pelos valores dominantes do homem europeu do século XIX: o evolucionismo, o positivismo, o cientificismo etc. Além disso, se tais livros abarcaram “todos” os assuntos que interessavam naquele momento da história europeia e ocidental, não significa que outros assuntos não possam ser abordados pelo Espiritismo. Ou será que eles dão conta de todos os assuntos que interessaram à humanidade do século XX e dos que interessarão à humanidade do século XXI?
Será que Kardec poderia prever que entre outros assuntos, o homem ocidental se preocuparia com a preservação do meio ambiente e, relacionado a este tema, com o vegetarianismo e com o direito dos animais? Ele poderia prever o surgimento de novas terapias vibracionais como os Florais, o Reiki, a Cromoterapia ou a Musicoterapia? Ou que o homem dito “civilizado” demonstraria um interesse gradativo pelas ancestrais filosofias e práticas corporais do Oriente, tais como o T’ai Chi Chuan, o Yoga, a Meditação, o Do-In? E mesmo no campo do mediunismo, será que Kardec imaginaria que no século XX a Umbanda seria renovada, abolindo o sacrifício de animais e a cobrança pelo trabalho de assistência espiritual ou que haveria uma crescente manifestação mediúnica de entidades na forma de índios, pretos-velhos, crianças, orientais etc., além dos famosos médicos, literatos, padres e filósofos? Kardec poderia prever o surgimento da Transcomunicação Instrumental, justamente, no seio da Igreja Católica, no Vaticano? E a Apometria, com o diagnóstico de outras enfermidades espirituais?
Em suma, são tantos temas e assuntos espíritas que, se Kardec tivesse encarnado no século XX, teria produzido, ou orientado, muitos estudos segundo o Espiritismo.
Sendo o Espiritismo uma ciência experimental, tais assuntos apresentados acima, todos de interesse da humanidade, não podem ser levados aos Espíritos? Será que estes não podem abordá-los em reuniões mediúnicas?
Dentro da lógica e do bom senso kardequiano, tudo leva a crer que sim. Porém, consolidou-se, no século XX, um movimento kardecista para o qual todo e qualquer assunto que não esteja contido nas chamadas “obras da codificação” não é “doutrinário”. Desse ponto de vista, os Espíritos que ousam abordá-los são rotulados como “mistificadores” e os médiuns que os escutam de “fascinados”.
Os seguidores de tal movimento insistem em escrever e propagar que a Umbanda não é Espiritismo, que uma série de terapias ensinadas por espíritos não é Espiritismo etc. Possivelmente tais escritores nunca leram o artigo “o espiritismo entre os druidas”, publicado em 1858, na revista Espírita, editada pelo próprio Kardec. Se para o codificador do Espiritismo até os druidas (que eram tidos como “supersticiosos” e “sanguinários” pelos cristãos) praticavam “espiritismo”, porque não os umbandistas e os nossos silvícolas? E se até Sócrates, que defendia o aborto para controlar o crescimento populacional, é considerado precursor do espiritismo, porque tanto pavor diante de uma entidade indígena ou de um peto-velho?
Tais contradições só poderão ser resolvidas quando reconduzirmos a questão espírita para o campo proposto por Kardec: o da Ciência. Compreendendo que o Espiritismo é um campo de pesquisa experimental onde todos os assuntos da humanidade são objectos de estudo, a “doutrinação” cai por terra, uma vez que, a ciência tem como meta compreender e explicar o mundo. A doutrinação pertence a outro departamento: o da religião. Logo, não deve ser pensado como um kardequiano ou um cientista espírita quem afirma que um determinado assunto, ainda mais envolvendo a espiritualidade, não seja “doutrinário”.
Kardec parece ter profetizado quando afirmou que ao lado da Doutrina Espírita poderão se formar seitas fundadas ou não sobre os princípios do Espiritismo (O.P., p. 336). E o kardecismo é, com certeza, a mais importante delas. Mas é importante salientar que não foi Kardec quem criou o kardecismo. Aliás, não custa realçar, sempre afirmou que o campo de pesquisa do Espiritismo é o científico e não o religioso. As forças no meio kardecista que não aceitam que novos temas sejam discutidos (com o argumento de salvaguardar a pureza doutrinária), demonstram apenas que se renderam ao dogmatismo e ao fanatismo. Pois é sempre mais fácil e cómodo, para se fazer prosélitos, manter-se preso às frases feitas, decoradas e proferidas exaustivamente do que raciocinar de forma independente e crítica, o objectivo maior de Kardec. O Espiritismo proposto por Kardec não está preocupado em fazer prosélitos e muito menos em “doutrinar”.
Em suma, o cientista espírita possui consciência histórica e sabe que a História e o mundo se transformam, assim como as imagens que as pessoas têm desse mesmo mundo. É por isso que há um fosso significativo e quase intransponível entre a ciência e a religião. A primeira é feita, sobretudo, com consciência. Ela é dinâmica, neg-entrópica, e seus métodos, suas heurísticas e seus objectos são sempre renovados, quando necessários. E assim é também com o Espiritismo, a ciência experimental criada por Kardec, mesmo que ele ainda não seja reconhecido pelos donos do saber académico e não obtenha recursos para pesquisas. Aliás, hoje em dia, é mais fácil obter recurso para congelar corpos em decomposição e esperar o dia em que a ciência poderá “ressuscitá-los”, do que para realizar pesquisas sérias sobre reencarnação e imortalidade da alma.
24
Ago07

A BIBLIA E O ESPIRITISMO

Viktor

Há tempos, apareceu em São Paulo um livro intitulado Contradições Bíblicas, que provocou certos rebuliços nos meios espíritas. Houve mesmo quem temesse pêlos efeitos deletérios da obra. Fui dos que não lhe atribuíram nenhum valor, entendendo que nada se podia temer de um ataque a esse livro que representa um monumento milenar da história humana e um marco indelével na evolução espiritual da terra: a Bíblia. O tempo se incumbiu, logo mais, de provar que eu estava com a razão. O livrinho acusatório passou rapidamente ao esquecimento, e a Bíblia continuou a ser o que sempre foi.

Agora, aparece um livro melhor, escrito com mais cuidado, em bom português, analisando o problema bíblico com um pouco mais de atenção. Mas a sua posição é a mesma do anterior, sua finalidade é ainda apontar contradições no velho texto. Da Bíblia aos nossos dias, do confrade Mário Cavalcanti de Mello, está provocando, também, agitações no meio espírita. E não faltam os que lhe batam palmas, certos de que o livro demolidor tem uma grande missão a cumprir. Não obstante, aparecem os que se opõem a essa atitude antibíblica do confrade Cavalcanti de Mello, impedindo que a crítica ao livro se generalize entre os nossos confrades pouco informados do assunto.

Sinto-me feliz de ter sido um dos primeiros a levantar a pena contra o livro do confrade Cavalcanti de Mello, e de vir mantendo com ele uma polémica serena e fraterna em torno do problema, no jornal "Mundo Espírita". Penso que me cabe o dever de dar alguma contribuição para o esclarecimento de um assunto de tamanha importância doutrinária. E mais feliz ainda me senti, quando, ao abrir o último número da "Revista Internacional de Espiritismo", encontrei o artigo do confrade Arnaldo S. Thiago, quem não conheço pessoalmente, mas cujos trabalhos admiro há tempos, refutando as asserções um tanto quentes do confrade Victor Magaldi, que em artigo anterior elogiara a obra.

Penso que nós, espíritas, temos o dever de analisar as coisas de maneira serena e compreensiva, pois foi a lição de Kardec e esse é o espírito da nossa doutrina. Sim, porque o Espiritismo não é uma doutrina dogmática, de postulados rígidos, mas uma doutrina evolutiva e amplamente compreensiva, que procura entender a vida em todas as suas manifestações, entendendo, portanto, o processo geral da evolução humana. Há espíritas que condenam a Psicanálise, o Darwinismo, o Existencialismo, e outras doutrinas científicas e filosóficas, numa atitude fechada de fanáticos religiosos, sem procurarem compreender a razão de ser dessas doutrinas e o que elas representam no imenso esforço do

homem para interpretar o mundo e a vida. Há outros que condenam a Bíblia, como há os que condenam os próprios Evangelhos, e ainda os que condenam o Cristianismo, afirmando que o Espiritismo nada tem a ver com ele. Todas essas atitudes dogmáticas discordam daquilo que chamamos o espírito da doutrina. O Espiritismo não condena: explica. E, explicando, justifica os erros humanos, procurando corrigi-los pela compreensão e não pela coação.

No tocante à Bíblia, é o que podemos ver em Kardec. A Bíblia é para ele um livro de grande importância histórica, pois representa a codificação da I Revelação. A seguir, vêm os Evangelhos, que são a codificação da II Revelação. E depois, como sabemos, O Livro dos Espíritos e as obras que o completam, formando a codificação do Espiritismo. Todo um processo histórico está representado nessa trilogia. Se o confrade Mário Cavalcanti de Mello tivesse compreendido isso, em vez de escrever um livro demolidor, aproveitaria o sugestivo título que usou, Da Bíblia aos nossos dias, para mostrar a beleza, a harmonia e a grandeza dessa extraordinária sequência das fases evolutivas da humanidade terrena.

Citemos um trecho esclarecedor de Kardec em A Génese. Trata-se do número 6 do capítulo quatro: "A Bíblia, evidentemente, encerra fatos que a razão, desenvolvida pela ciência, não poderia hoje aceitar, e outros que parecem estranhos e derivam de costumes que já não são os nossos. Mas, a par disso, haveria parcialidade em se não reconhecer que ela encerra grandes e belas coisas. A alegoria ocupa, ali, considerável espaço, ocultando sob o seu véu sublimes verdades, que se patenteiam, desde que se desça ao âmago do pensamento, pois logo desaparece o absurdo".

Nada se pode querer de mais claro, mais preciso e mais belo. Kardec revela a mais serena e elevada compreensão da Bíblia, e essa deve ser a nossa compreensão de espíritas em face do grande livro. O confrade Cavalcanti de Mello, que conheço e admiro, partiu de uma premissa falsa, ao escrever a sua obra de crítica bíblica. Sua intenção, cuja pureza reconheço e louvo, foi a de defender o Espiritismo contra o fanatismo bíblico. Mas mesmo nesse terreno a posição de ataque não pode surtir efeito, pois os que se apegam à Bíblia só poderão revoltar-se com a crítica ferina e impiedosa do grande livro. Partisse da idéia de que a Bíblia é a codificação da l Revelação, o livro que encerra, na sua linguagem dramática e alegórica, milenares experiências do homem na procura da Verdade e do Bem, e chegaria facilmente à conclusão de que é um livro do passado, que os Evangelhos e o Espiritismo superaram.

Não se entenda, porém, que falando de superação, - do ponto de vista histórico, - esteja eu endossando a afirmação de que a Bíblia é objecto de museu. Não. A Bíblia, como todos os grandes textos que encerram verdades reveladas, é um monumento imperecível.

Como bem disse Kardec, os que souberem levantar os véus da alegoria encontrarão na Bíblia os mesmos e eternos princípios esclarecidos mais tarde por Jesus e pelo Espírito da Verdade. As matanças, os horrores, as imoralidades que o confrade Cavalcanti de Mello aponta na Bíblia, não são mais do que decorrências lógicas e naturais da época a que o livro se refere. É um pouco de exagero, querermos condenar hoje os costumes de tempos tão distantes.

Tenho dito e repetido, em meus artigos de polémica doutrinária com os confrades da Escola de Niterói, - Imbassahy e Cavalcanti de Mello -, que lhes falta perspectiva histórica no exame dos problemas religiosos do Espiritismo. E a prova disso está aí, bem clara, no livro Da Bíblia aos nossos dias. Um pouco de perspectiva histórica teria modificado radicalmente a posição do confrade Mário Cavalcanti de Mello em face da Bíblia. Queira Deus que, no meio espírita, já tão cheio de incompreensões e confusões, este livro, fundamentalmente errado, não venha criar uma nova escola, absolutamente contrária ao espírito da nossa doutrina.

J. Herculano Pires

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