A fonte de toda a Prosperidade
Caríssimos,
A fartura é o estado em que todas as nossas necessidades são prontamente atendidas e nossos desejos facilmente realizados. Nesse estado vivenciamos alegria, saúde, felicidade e vitalidade em todos os instantes de nossa existência.
A fartura é realidade, e o verdadeiro propósito deste livro é termos uma visão profunda da natureza da realidade.
Quando estamos ligados à natureza da realidade e sabemos que essa mesma realidade é nossa própria natureza, percebemos que podemos criar qualquer coisa, porque toda criação material tem uma única origem.
A natureza recorre ao mesmo manancial para criar um aglomerado de nebulosas, uma galáxia de estrelas, uma floresta tropical, um corpo humano ou um pensamento.
Tudo o que é matéria, tudo o que podemos ver, tocar, ouvir, saborear, ou cheirar e feito da mesma coisa e vem da mesma fonte. O conhecimento desse fato nos confere a capacidade de realizar qualquer desejo, adquirir qualquer objecto material que possamos querer e vivenciar sem limites a realização e a alegria.
Os princípios descritos neste livro dizem respeito especificamente à criação da riqueza material ilimitada, mas podem ser aplicados à realização de qualquer desejo, porque são os mesmos princípios que a natureza põe em prática para criar a realidade material a partir de uma essência não material.
Antes de apresentá-los, gostaria de explicar mais detalhadamente o que a ciência, em particular a física, tem a dizer sobre a natureza do universo que habitamos, a natureza do corpo humano, a natureza de nossa mente e a relação entre os três.
Segundo os físicos que estudam o campo quântico, todas as coisas materiais – sejam automóveis, corpos humanos ou notas de dinheiro – são feitas de átomos. Esses átomos, por sua vez, são feitos de partículas sub-atómicas, que, por sua vez, são flutuações de energia e informação num imenso espaço de energia e informação.
Em todos os meus livros e gravações explico detalhadamente a natureza da realidade quântica. Sintetizando, posso dizer que a conclusão fundamental dos estudiosos do campo quântico é que a matéria-prima do mundo não é material, as coisas essenciais do universo são “não coisas”. Toda a nossa tecnologia baseia-se nesse fato, que faz cair por terra a atual superstição do materialismo.
Aparelhos de fax, computadores, televisores - todas essas tecnologias são possíveis porque os cientistas não acreditam mais que o átomo, a unidade básica da matéria, seja uma entidade sólida. Um átomo não tem nada de sólido. Ele é uma hierarquia de estados de informação e energia em uma vastidão de possíveis estados de informação e energia.
A diferença entre duas coisas – como a diferença de um átomo de chumbo e um átomo de ouro – não está no mundo material. As partículas sub-atómicas como protões, electrões, quarks e bosons que constituem um átomo de ouro ou de chumbo são exactamente as mesmas. Além disso, embora as chamemos de partículas, elas não são materiais, e sim impulsos de energia e informação. O que torna o ouro diferente do chumbo é a organização e a quantidade desses impulsos.
Toda criação material é estruturada a partir de informação de energia. Todos os eventos quânticos são basicamente flutuações de energia e informação. E esses impulsos de energia e informação são as “não coisas” que constituem tudo o que consideramos coisa ou matéria.
Portanto, fica claro que não apenas o estofo essencial do universo é uma “não coisa”, mas também que ela é uma “não coisa” pensante! Afinal, o que é um pensamento senão um impulso de energia e informação?
Achamos que os pensamentos só acontecem dentro de nossa cabeça, mas essa impressão deve–se ao fato de os percebermos como algo estruturado linguisticamente, que é falado em nossa própria língua. Todavia, esses mesmos impulsos de energia e informação que vivenciamos como pensamentos – esses mesmos impulsos – são a matéria-prima do universo.
A única diferença que existe entre os pensamentos que estão em minha cabeça e os que estão fora dela é que eu percebo os primeiros em termos estruturados linguisticamente.
Contudo, antes de um pensamento tornar-se verbal e ser expresso como uma linguagem, ele não passa de uma intenção e, mais uma vez, é apenas um impulso de energia e informação.
Em outras palavras, num nível pré-verbal, toda a natureza fala a mesma língua. Somos todos corpos pensantes num universo pensante. E assim como o pensamento se projeta das moléculas do nosso corpo, os mesmos impulsos de energia e informação projetam-se como eventos espaço-tempo em nosso ambiente.
Por trás da roupagem visível do universo, alem da miragem das moléculas, da maya - ou ilusão - do que é físico, jaz uma matriz una, invisível, feita de nada. Esse nada invisível silenciosamente orquestra, instrui, orienta, governa e obriga a natureza a expressar-se com infinita criatividade, infinita abundância e inabalável exactidão em uma miríade de estilos, padrões e formas.
As experiências da vida são o movimento contínuo dessa matriz do nada, desse movimento contínuo tanto do corpo como do meio ambiente. São nossas experiências de alegria e tristeza, de êxito e fracasso, de fortuna e pobreza. Todos esses eventos são aparentemente coisas que nos acontecem, mas, em níveis mais primordiais, somos nós que as fazemos acontecer.
Os impulsos de energia e informação que criam nossas experiências reflectem-se em nossas atitudes diante da vida, e nossas atitudes são o resultado e a expressão dos impulsos de energia e informação que nós mesmos geramos.
[Deepak Chopra]
NAMASTÊ